quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Terapia ClíniEstética e Consciência Corporal


Terapia ClíniEstética e Consciência Corporal









 
Alongamento e Liberação Miofascial por Técnica de Palpação associada à Massoterapia Terapêutica e Estética.

Educação Postural e Consciência Corporal

Alongamentos Técnicos & Massagens Clínicas

Massagem Harmonoterapêutica

Quick Massagem

Thai Massagem

Avaliacão e Diagnóstico de Leitura Corporal – Método Apométrico

Alívio das dores na Cabeça Pescoço (cervical) Costas Ombros Braços e  Membros Superiores e Inferiores ( Cervicalgia, Lombalgia, Ciático , Fibromialgia Cansaço e Desgaste Físico em Geral)

Flexionamento & Relaxamento Muscular

Utilização de Aparelhos e Acessórios Terapêuticos para sua Saúde o Bem – Estar

Utilização de Cremes, Óleos e Géis Desintoxicantes Fortificantes e Relaxantes Manipulados para Pele e Tônus Muscular e Melhora do Sistema Linfático e Circulatório.

Maria José D’Ávila

Terapeuta Corporal POA/RS

51 98741877

51 95497775 ( Recados)

51 30625580

51 32213724 (Recados)

 

 

 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ECONOMIA & MARKETING DO ESPORTE : UM ESPAÇO DE MERCADO EM EXPANSÃO NO BRASIL E NO MUNDO.

1º ENCONTRO DA ALESDE
                                       “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                     UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                           30, 31/10 e 01/11/2008 
               ECONOMIA DO ESPORTE: UM CAMPO DE ESTUDO EM EXPANSÃO
                                                                          Marcelo Weishaupt Proni1
Resumo
Este     artigo   faz   uma     rápida    explanação      panorâmica       dos   principais     conceitos
relacionados ao estudo da “economia do esporte” e procura oferecer subsídios para o
debate de questões pertinentes neste campo. A exposição se divide em seis tópicos. O
primeiro diz respeito à natureza e especificidade d os mercados esportivos. O segundo
aos tipos de impacto macroeconômico da atividade esportiva. O terceiro à expansão do
marketing      esportivo    em   duas   frentes.  O   quarto   se  refere  à  gestão   empresarial     do
esporte.   O   quinto   ao   papel   desempenhado   pelos   meios  de   comunicação   de   massa   na
organização e difusão de tais atividades. O sexto, por fim, questiona o papel do Estado
no desenvolvimento ainda incipiente da economia do esporte no Brasil.
Palavras-Chave: mercado esportivo, indústria do esporte, marketing esportivo.
         O esporte já é visto como fenômeno econômico na pauta da mídia e na agenda
governamental.   Passados   os   Jogos   Olímpicos   de   Beijing,   onde   foram   batidos   muitos
recordes também nas estatísticas financeiras, as atenções no Brasil se voltam agora para
a   situação   dos   times   de   futebol,   para   a   rentabilidade   dos   torneios   nacionais   e   para   a
realização   da   Copa   do    Mundo   de   2014.   Porém,   uma   análise   econômica   também   é
requerida em outras modalidades, ainda que a maneira como os problemas e desafios se
colocam possam ser bastante distintos em cada segmento do mundo esportivo.
         Falar   sobre   a   “economia   do   esporte”   é   um   desafio   instigante,   uma   vez   que   se
trata   de   uma   área   de   pesquisa   bastante   abrangente,  mas   ainda   pouco   prestigiada   no
Brasil.    Compreender        os   principais   conceitos     utilizados    neste   campo,     identificar
possíveis   temas   de   pesquisa   e   formular   questões   pertinentes   são   os   primeiros   passos
para   estimular   uma   ampliação   do   debate   acadêmico   e,   talvez,   aprofundar   discussões
sobre o papel do Estado na promoção e regulamentação do esporte-espetáculo no País.
 1. Mercados esportivos
         Um     mercado     é  mais    do  que   um    lugar  onde    se  encontram     compradores      e
vendedores de um determinado bem ou serviço. Um mercado é um campo de interação
entre   distintos   agentes   sociais   (empresas,   consumidores,   governo   etc.),   que   pode   ser
mais ou menos regulado por instituições públicas, geralmente é marcado por disputas e
tensões de várias ordens, e cuja evolução depende da somatória de inúmeras forças.
         Para definir o que são os “mercados esportivos” é preciso identificar quais bens
são comercializados, quais empresas oferecem tais bens e em quais situações ocorre o
consumo destes bens. Em outras palavras, existem diferentes mercados esportivos, cada
um envolvendo certos tipos de produtos, empresas e consumidores (Bourg & Gouguet,
2005).     E  cada   mercado     pode   ter  suas  próprias    regras  de   funcionamento,      estar  em
diferentes estágios de desenvolvimento (nascimento, crescimento, maturação, declínio)
e portanto apresentar um maior ou menor dinamismo.
 1 Unicamp.
----------------------- Page 2-----------------------
                                                          1º ENCONTRO DA ALESDE
                                        “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                       UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                             30, 31/10 e 01/11/2008 
         Uma forma de diferenciar os mercados esportivos é separá-los de acordo com a
modalidade envolvida. Assim, há o mercado das artes marciais, o dos esportes radicais,
o   do   surfe,   o   do   tênis   etc.   Outra   maneira   de   distinguir   tais   mercados  é   olhando   a
natureza do produto, ou a forma do consumo.
         Há   três   tipos   básicos   de   produtos   esportivos   (Proni,   1998):   a)   equipamentos   e
artigos (calçados, roupas, bolas, raquetes, cronômetros etc.); b) serviços especializados
(clubes, academias, escolas de iniciação,personal training etc.) e c) espetáculos (in loco
ou mediado por televisão, rádio, jornal, revista, internet).
         Certamente,       há   uma    grande    segmentação       dentro    de  cada    tipo   de  mercado
esportivo.   Por   exemplo:   as   empresas   de   material   esportivo   competem   entre   si   para
ampliar a sua fatia em segmentos específicos do mercado; as academias competem entre
si para ampliar e diversificar a sua clientela; as equipes esportivas podem comercializar
o    espetáculo     individualmente       ou   coletivamente,      por  intermédio       de   uma    liga;  as
empresas   de   comunicação   contribuem   para   divulgar   um   conjunto   de   modalidades   e
criam departamentos especializados para veicular notícias e imagens.
         Como recurso   analítico,   essa classificação permite ver tais mercados divididos
em três esferas de consumo esportivo, que interagem e se reforçam mutuamente. Mas, a
forma de interação depende da modalidade e das características do mercado. Em geral,
os    astros  do   espetáculo     são   garotos-propaganda        e  ajudam     a  difundir    a  prática   da
modalidade e o consumo de artigos e serviços especializados (Kellner, 1996).
         Dessa     forma,    embora     seja  possível    falar   em   diferentes    esferas   de   consumo
esportivo,   a   mesma   pessoa   pode   ser   consumidora   de   artigos,   serviços   e   espetáculos
esportivos.   Por   outro   lado,   uma   mesma   entidade   esportiva   pode   estar   relacionada   a
diferentes     formas    de   comercialização       ou  pode    haver  parcerias     entre   empresas     que
atendem      a   mercados     distintos    (caso   do   patrocínio    de   um    fornecedor     de   material
esportivo a uma equipe ou federação). E quanto maior a sinergia entre estes três tipos de
comercialização de bens esportivos, maior o desenvolvimento da economia do esporte.
         Na verdade, esta é uma classificação que procura simplesmente esclarecer que a
lógica   estruturante   da   oferta   de   esporte   num   determinado   mercado   (por   exemplo,   o
mercado de academias esportivas) pode envolver metas, estratégias e regulamentações
muito particulares. Mas, há outros modelos para analisar a segmentação dos mercados
esportivos (Pitts, Fielding & Miller, 1994).
         Também é importante esclarecer que, além dos mercados voltados para atender
ao   consumidor,   há   outras   formas   de   comercialização  que   vão   ganhando   expressão   no
campo   esportivo.   São   os   mercados   “secundários”,   que   dizem   respeito   aos   anúncios,
patrocínios, licenciamentos, entre outros (Sage, 1996).
         Em torno de uma modalidade esportiva geralmente se constituem mercados com
fronteiras de difícil delimitação. No caso do “mercado futebolístico”, por exemplo, os
estudos consideram apenas as receitas dos times e federações, o que envolve pelo menos
quatro   frentes   de   comercialização:   a)   venda   do   espetáculo   (bilheteria   +   televisão);   b)
negociação        da    marca     (patrocínio      +    fornecimento       de    material      esportivo     +
merchandising); c) valor da transferência de atletas; d) exploração do estádio. Ficam de
fora   das   estimativas   convencionais   o   consumo   de   artigos   para   a   prática   amadora   ou
informal     do   futebol,   as  receitas   da   mídia   especializada     na   cobertura    dos   jogos,   os
serviços   prestados   por   escolinhas   de   futebol,   entre   outros.   De   qualquer   modo,   é   um
termo que já está consagrado na literatura (Proni, 2000).
2. Impactos econômicos do esporte
----------------------- Page 3-----------------------
                                                          1º ENCONTRO DA ALESDE
                                        “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                       UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                             30, 31/10 e 01/11/2008 
         A realização de atividades esportivas tem, geralmente, efeitos positivos sobre a
economia   de   um   país   ou   mesmo   de   um   município   que   hospeda   um   grande   evento
(Preuss,  2004).       Porém,     deve-se   observar   que   tais    efeitos   são  gerados    não   só   pelo
faturamento de entidades esportivas, mas também pelos estímulos à demanda agregada.
         Para estimar os impactos macroeconômicos do esporte é preciso considerar pelo
menos três níveis de análise: 1) o volume de dinheiro movimentado em razão da prática
esportiva, incluindo aí o valor adicionado referente a empresas que são contratadas para
contribuir     na  produção,     difusão    ou   comercialização     de    atividades    esportivas;    2)  os
empregos   diretos   e   indiretos   propiciados   por   tais   atividades;   e   3)   a   contribuição   do
esporte em termos de arrecadação fiscal.
         A estimação desses impactos é, contudo, muito difícil, uma vez que requer um
sistema de informações   sofisticado, com um   grau de detalhamento na matriz insumo-
produto que ainda é difícil de ser obtido no Brasil.
         Nos     EUA,      onde    é  maior     a  qualidade     e   a  desagregação      das    estatísticas
econômicas, é possível mensurar a “indústria esportiva”, isto é, o conjunto de atividades
econômicas relacionadas com a produção e veiculação do esporte (seja ele profissional,
amador, escolar etc.). Entre os principais segmentos da indústria esportiva estão: a) as
academias,   clubes   esportivos   e   outras   entidades   destinadas   à   prática   esportiva;   b)   o
comércio   de   artigos   esportivos;   c)   as   entidades   responsáveis   pela   comercialização   do
espetáculo; d)   as empresas que negociam os contratos de publicidade;   e) as empresas
que   se   dedicam   a   publicações   especializadas;   f)   o   setor   de   construção   civil   (ginásios,
estádios etc.). Também entram no cálculo do volume de receitas geradas pelo esporte o
gasto    com   transporte   e   hospedagem   dos   atletas   e   comissão   técnica,   os   seguros,   os
serviços de advocacia, entre outros (Pozzi, 1998).
         Nota-se,     portanto,    que   no  cálculo    do   “PIB   esportivo”   são     contabilizados     os
valores adicionados de um conjunto bem diverso de setores econômicos, incluindo aí o
faturamento       de  empresas     que   oferecem     serviços    não   esportivos.    E   que   examinar   a
importância   e   o   crescimento   da   indústria   do   esporte   implica   considerar   os   mercados
“primários”      (consumidor       final)  e  os  mercados      “secundários”      (entre   empresas).     Em
termos de valor adicionado, os mercados primários são maiores que os secundários.
         Nos EUA e em países ricos da Europa, as estimativas do volume de dinheiro que
gira em função da indústria esportiva têm variado entre 2% e 3% do Produto Nacional
Bruto. No Brasil, é provável que a indústria esportiva movimente pouco mais de 1% do
PIB   (algo   em   torno   de   R$   30   bilhões,   em   2007),   mas  ainda   não   existem   estatísticas
apropriadas, o que torna os cálculos nesse terreno pouco confiáveis.
3. Marketing esportivo
         “Marketing” é um conceito que se refere ao planejamento das estratégias de uma
instituição ou indivíduo no sentido de conquistar clientes (ou a simpatia do público) e
perseguir   uma   nova   posição   no   mercado   (ou   em   qualquer   campo   de   atividade).   Uma
política   de   marketing   deve   estar   de   acordo   com   a   missão   da   empresa   ou   instituição,
fundamentar-se         em    diagnóstico     e   prognóstico      sobre   a   evolução     do    mercado     e
estabelecer as ferramentas e ações a serem utilizadas ou implementadas para alcançar os
objetivos gerais e os resultados desejados.
         Segundo       a  definição     clássica,   “marketing      esportivo”    consiste    em    todas   as
atividades     designadas      para   atender    necessidades      ou  desejos     dos   consumidores       de
----------------------- Page 4-----------------------
                                                         1º ENCONTRO DA ALESDE
                                        “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                      UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                             30, 31/10 e 01/11/2008 
esporte     por   meio   de   processos     de  intercâmbio.      O   marketing     esportivo    também      é
definido   como   a   ciência   ou   arte   de   oferecer   o   produto   certo,   para   a   pessoa   certa,   no
lugar certo, com o preço certo e com a comunicação certa (Neto, 1994).
         O   marketing   esportivo   requer   o   estudo   dos   hábitos   de   lazer,   das   preferências
esportivas e dos fatores socioeconômicos e psicológicos que influenciam nas decisões
do     consumidor.      As    estratégias     de   marketing      esportivo     devem     se   adequar     às
circunstâncias,   podendo   variar   muito   em   termos   de   público-alvo,   duração,   canal   de
comunicação, conforme a finalidade e a limitação orçamentária. As mais conhecidas são
as que envolvem o chamado esporte-espetáculo (Mullin, Hardy & Sutton, 2000).
         O termo “marketing esportivo” começou a ser empregado nos EUA na década
de 1960. Mas ganhou maior expressão nos anos 70, quando grandes empresas como a
Coca-Cola e a Philips Morris começaram a adotar o patrocínio esportivo (no futebol e
no   automobilismo)   em   campanhas   mundiais.   A   criação  da   ESPN,   em   1979,   foi   outro
importante      fator   no   desenvolvimento        do   marketing      esportivo,    porque    ampliou      a
visibilidade     de  muitos    esportes.    Por   sua  vez,   na  Europa,     a  Adidas    foi  a  principal
responsável pelo desenvolvimento do marketing esportivo, por abrir as portas da Fifa e
do   COI  para   a   comercialização   de   imagens   e   de   marcas   (criando   em   seguida   a   ISL).
Seguindo   uma   estratégia   diferente,   a   Nike   ficou   famosa,   nos   anos   80,   ao   apostar   em
uma     política   agressiva    de   marketing     usando     estrelas   como    Michael     Jordan,    John
McEnroe e Carl Lewis. Nos anos 90, as principais inovações ficaram por conta da NBA
e da Premier League, que estabeleceram novas fronteiras em termos de estratégias de
exploração do marketing esportivo (Proni, 1998).
         Pode-se dizer que o marketing esportivo se desenvolveu em duas frentes: de um
lado,    o  chamado      “marketing      do  esporte”,    que   corresponde      às  estratégias    e  ações
desenvolvidas por entidades esportivas ou empresas que oferecem produtos ou serviços
esportivos; de outro, o “marketing por meio do esporte”, isto é, as estratégias e ações
desenvolvidas por empresas não-esportivas que procuram associar sua marca ou produto
à prática de uma modalidade ou à imagem de um esportista (Contursi, 1996).
         As estratégias relacionadas com o marketing do esporte podem ser diferenciadas
conforme   o   tipo   de   produto:   marketing   de   marcas   esportivas;   marketing   de   equipes;
marketing  de   ligas   esportivas;   marketing  pessoal   (de   atletas);   marketing   de   academia.
Certamente,   as   metas   e   ações   mercadológicas   de   um   fabricante   de   material   esportivo
serão    muito    distintas   das   definidas    pelo   departamento       de  marketing      de  uma    liga
esportiva. Exemplo de grandes projetos de marketing do esporte: a organização de uma
edição da Olimpíada, uma Copa do Mundo e a temporada de Fórmula 1.
         As   estratégias   relacionadas   com   o  marketing por   meio         do  esporte   podem   ser
diferenciadas   conforme   a   natureza   do   vínculo   estabelecido   entre   uma   empresa   e   uma
entidade esportiva: patrocínio de longo prazo; promoção de um evento; compra de cotas
publicitárias, entre outros. Podem ser muito variados os objetivos de uma organização
ao   patrocinar   um   evento,   equipe   ou   atleta,   o   que   implica   em   contratos   com   nível   de
comprometimento e duração variados.
         O patrocínio corresponde ao fornecimento de suporte financeiro ou material para
uma atividade, podendo gerar diferentes tipos de benefício para o patrocinador. É uma
das    ferramentas     do   marketing.    O   patrocinador     difere   do   anunciante     por  dar   apoio
diretamente   a   um   evento   (ou   equipe   ou   atleta)   em   troca   da   associação   direta   com   o
mesmo, regida por um contrato. A opção pelo patrocínio não dispensa a utilização de
campanhas publicitárias complementares.
----------------------- Page 5-----------------------
                                                           1º ENCONTRO DA ALESDE
                                         “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                        UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                              30, 31/10 e 01/11/2008 
         Convém         ainda    esclarecer     que    existem     diversas     categorias     de   patrocínio
esportivo, ou melhor, pode-se estabelecer uma diferenciação de acordo com o nível de
comprometimento   da   empresa   contratante:   i)   patrocinador   exclusivo;   ii)   patrocinador
principal; iii) patrocinador secundário; iv) patrocinador de título (dá nome ao evento ou
ao recinto); v) fornecedor oficial (Pozzi, 1998).
4. Gestão empresarial
         É importante diferenciar a organização comercial do esporte – que normalmente
é uma exigência para a realização de qualquer torneio (para cobrir os custos) ou para a
manutenção   de   uma   equipe   que   participa   de   competições   de   alto   nível   –   da   gestão
empresarial      do   esporte,    que   requer    uma    estrutura   mais    complexa      e  pode   inclusive
possibilitar a obtenção de lucros por parte de investidores (Proni, 1998).
         A   transmissão   pela   TV   e   a   presença   crescente   de   patrocinadores   tornaram   o
espetáculo      esportivo     um    produto     bastante     disputado    e   rentável,    o   que    exigiu    a
profissionalização da gestão e a adoção de métodos  empresariais no planejamento dos
grandes torneios. Pode-se dizer que, no início, a gestão empresarial era vista como uma
necessidade para sustentar o esporte-espetáculo, mas hoje ela deixou de ser entendida
como um meio e passou a determinar novas prioridades. Em muitos casos, a veiculação
e a comercialização do espetáculo são consideradas como finalidade da liga esportiva. E
essa mudança acarretou alteração do perfil dos consumidores da modalidade.
         Há     diferentes    modelos     de   gestão    esportiva    empresarial     (Bourg     &   Gouguet,
2005).   O   modelo   do   esporte   profissional   norte-americano,   no   caso   das   modalidades
coletivas,   é   bastante   conhecido:   a   gestão   se   baseia  em   ligas   privadas   (as   equipes   são
sócias   e   o   critério   de   participação   obedece   a   um   sistema   de   franquias);   os   canais   de
televisão   compram   os   direitos   de   transmissão;   a   seleção   de   novos   talentos   é   feita   de
preferência   por   intermédio   do   esporte   universitário   (amador)   e   procura   favorecer   as
equipes tecnicamente mais fracas para equilibrar a competição.
         A   NFL   e   a   NBA   são   exemplos   de   sucesso   na   utilização   das   mais   modernas
ferramentas de marketing esportivo. A NFL é a liga esportiva mais rica do mundo. Só
pelos   direitos   de   transmissão   recebe   cerca   de   US$   2,2   bilhões   por   ano   (repartidos   de
forma      igualitária   entre    30   equipes).    Ela   foi   pioneira,   também,      na   introdução      do
licenciamento   da   marca.   Por   sua   vez,   o   sucesso   mercadológico   da   NBA   inspirou   um
novo   relacionamento   com   o   torcedor   e   com   a   imprensa  em   outras   ligas   e   federações,
inclusive na Europa e na Ásia, onde tem crescido o público que acompanha via satélite
o basquete mais espetacular do planeta. De qualquer modo, este modelo de organização
empresarial       não   pode    ser  simplesmente       transplantado,      uma    vez   que   características
peculiares do esporte profissional norte-americano não se encontram em outros países.
         Na   Europa,   predomina   a   organização   esportiva   baseada   no   sistema   federativo,
com   divisões   de   acesso   e   concentração   do   poder   econômico   nas   principais   equipes
nacionais. Ainda assim, há diferenças no modelo de gestão empresarial do futebol, por
exemplo,   quando   se   comparam   as   fórmulas   adotadas   em   países   como   a   Inglaterra,   a
Itália e a Espanha, assim como diferenças na legislação nacional para regular a atividade
esportiva   profissional.   Algumas   equipes   são   propriedade   de   grupos   privados,   outras
pertencem   a   uma   comunidade   de   sócios   torcedores.   Umas   lançam   ações   na   bolsa   de
valores, outras buscam parceria com investidores (Aidar, Leoncini & Oliveira, 2000).
         No   plano   internacional,   as   maiores   federações   também   adotaram   uma   gestão
empresarial, mas há diferenças marcantes entre a forma como opera a FIFA e a forma
----------------------- Page 6-----------------------
                                                         1º ENCONTRO DA ALESDE
                                        “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                      UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                             30, 31/10 e 01/11/2008 
como   se   organiza   a   Fórmula   1,   por   exemplo.   O   mesmo  vale   para   as   federações   de
modalidades individuais, como o tênis e o boxe. Ou seja, embora não se possa dizer que
cada modalidade tem seu próprio modelo, é importante conhecer as características que
diferenciam tanto o potencial mercantil como a forma de gestão esportiva.
         E   não   se   pode   deixar   de   mencionar   a   organização   dos   Jogos   Olímpicos,   que
envolve planejamento estratégico e um grau muito elevado de comercialização. Embora
o COI não possa ser formalmente definido como uma empresa, suas ações são definidas
a partir de uma estratégia empresarial. Mas, os mecanismos de apropriação privada dos
lucros gerados por uma Olimpíada são pouco conhecidos pelo grande público.
         No Brasil, observamos não só distintos modelos de gestão esportiva empresarial,
mas diferentes graus de desenvolvimento nesta direção. Quando a CBF e o Clube dos
13 organizam o Campeonato Brasileiro, por exemplo, mesmo sendo entidades sem fins
lucrativos,   pode-se   afirmar   que   há   a   tentativa   de   adoção   de   uma   gestão   empresarial,
ainda que as regras para repartição dos lucros não sejam muito claras (Proni, 2000). Por
outro   lado,   o   baixo   potencial   de   mercado   da   maioria  dos   torneios   (como   no   caso   do
futebol feminino, do basquetebol, do atletismo, do judô e da natação) tem atualmente
prejudicado       a  adoção     de    métodos     empresariais      e   a   passagem      para    um    nível
organizacional mais complexo.
5. O papel da mídia
         Qual o papel da mídia na produção dos torneios esportivos? Terá simplesmente a
função   de   veicular   as   imagens   e   noticiar   os   eventos,   dando   publicidade   aos   atletas   e
registrando seus feitos? Certamente, não.
         Em primeiro lugar, deve-se considerar que os meios de comunicação de massa
contribuem   na   divulgação   de   certos   modelos   de   comportamento   e   na   valorização   de
certas    práticas   culturais    (Betti,  1998).    Ora,   no   caso   do   esporte,   a  veiculação     nas
diferentes     mídias    tornou-se    uma    condição    importante   para     a  difusão    de  práticas   e
consumos esportivos. As modalidades   esportivas   mais populares precisam garantir ou
melhorar sua posição na preferência dos torcedores; as modalidades menos conhecidas
precisam   conquistar   novos   adeptos.   Lembrando   que   o  público   jovem   é   sempre   mais
visado, uma vez que o esporte é muito praticado e consumido entre adolescentes e que
as crianças são futuros consumidores esportivos.
         Em   segundo   lugar,   é   conveniente   esclarecer   que   o   esporte-espetáculo   atrai   a
mídia,   os   anunciantes   e   os   patrocinadores   porque   é  fácil   de   ser   entendido,   tem   forte
conteúdo emocional e conta com a fidelidade dos torcedores. É um produto intangível,
renovável, imprevisível e muitas vezes polêmico. Além disso, nas grandes competições
esportivas     aparecem      os   feitos  de   heróis,   a  saga    dos   vencedores     e   o  drama     dos
derrotados.      Ou   seja,  é  o   produto    ideal   para   os  meios    de   comunicação       de  massa
(Camargo, 1998). Em cada país ou cultura, destacam-se certas modalidades esportivas
na preferência da população. Os jornais, as rádios, as emissoras de televisão acabam em
geral reforçando tais preferências, mas às vezes contribuem para divulgar novas modas.
         Em   terceiro   lugar,   o   esporte-espetáculo   é   uma   construção   social   que   envolve
diferentes     atores   sociais   (atletas,   dirigentes,   jornalistas,    patrocinadores,     torcedores,
autoridades públicas)   em ação no mesmo campo   de interação (o campo   esportivo). A
mídia     tem   aí  papel   fundamental      porque     torna   o  espetáculo     esportivo    um   produto
especial, produzido e consumido em duas instâncias (Bourdieu, 1997): i) uma instância
imediata   –   na   qual   o   espetáculo   é   produzido   pelos   atletas   e   dirigentes   esportivos   e
----------------------- Page 7-----------------------
                                                          1º ENCONTRO DA ALESDE
                                        “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                       UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                             30, 31/10 e 01/11/2008 
assistido   e   compreendido   pelo   público   “in   loco”;   e  ii)   uma   instância  mediada   –   o
espetáculo é editado e reinterpretado pela mídia, devendo o telespectador, ouvinte, leitor
etc. consumir um discurso produzido sobre o acontecimento. Assim, o espetáculo que o
torcedor presencia no estádio não é o mesmo que o telespectador desfruta em sua casa.
         Outro tema central que é preciso examinar é o papel específico desempenhado
pela televisão. A relação entre empresas de televisão e federações esportivas tem sido
definida a partir de uma expressão corriqueira: é um “casamento de interesses”, em que
ambos devem lucrar, mas que é permeado por tensões e conflitos (Mcpherson, Curtis &
Loy, 1989). Em geral, pelo fato de a visibilidade na TV ser condição essencial para a
obtenção      de    um    patrocínio,    afirma-se     que    foi  gerada     e  tem-se     ampliado      uma
dependência   do       esporte-espetáculo      em    relação   à   televisão.  Mas    também      é   possível
constatar   que   muitos   canais   esportivos   precisam   obter   os   direitos   de   transmissão   de
torneios     populares,    disputando     entre   si  a  exclusividade      nos   contratos    e  assumindo
compromissos financeiros de grande vulto, o que pode torná-los suscetíveis à influência
dos dirigentes esportivos das principais ligas ou federações.
         Do ponto de vista do marketing esportivo, tornou-se fundamental para os atletas
aprender a manter uma boa relação com os profissionais da mídia. Do ponto de vista das
empresas de comunicação, é o inverso: os profissionais da mídia devem saber lidar com
as estrelas do espetáculo e com os dirigentes. Os campeões são geralmente glorificados,
mas a glória é bastante efêmera. Por outro lado, a projeção na mídia nem sempre resulta
numa   imagem   positiva,   principalmente   quando   é   atribuída   a   um   atleta   ou   treinador   a
culpa   pela   derrota,   ou   quando   um   escândalo   é   denunciado   na   imprensa   especializada
(Helal, Soares & Lovisolo, 2001).
         Finalmente, a ação da mídia, em particular da televisão, pode ampliar ou reduzir
o potencial de mercado de um torneio ou modalidade esportiva. Veja-se, por exemplo, a
transformação das corridas de rua em eventos muito  diferentes daqueles   dos anos 80,
como no caso da Maratona de Nova York ou da Corrida de São Silvestre (inversamente,
a   baixa   visibilidade   que   têm   outras   corridas   de   rua   que   fazem   parte   do   calendário
oficial).   De   qualquer   modo,   as   preferências   da   televisão   não   são   escolhas   arbitrárias,
uma   vez   que   os   processos   econômicos   e   culturais   que   vêm   transformando   o   mundo
esportivo na era da globalização são mais amplos e complexos.
6. O papel do Estado
         A Constituição Federal estabelece que é tarefa do Estado brasileiro propiciar ao
cidadão   o   acesso   ao   lazer   e   a   práticas   esportivas   saudáveis.   Para   tanto,   é   necessário
providenciar   e manter uma política pública de   esporte capaz de articular programas   e
ações (nas esferas federal, estadual e municipal) voltados para o desenvolvimento tanto
do   esporte   formal   como   do   não-formal.   As   principais  responsabilidades   atribuídas   ao
poder     público,   nesse    campo,     podem     ser  resumidas     em   quatro    frentes    de  ação:   1)
regulamentar   e   fiscalizar   a   oferta   de   atividades   esportivas;   2)   promover   políticas   de
difusão da prática esportiva; 3) estimular o desenvolvimento do desporto nacional em
todos os níveis; e 4) apoiar a realização de eventos de interesse econômico e social.
         Certamente,   é   preciso   analisar   os   programas   e   ações  governamentais   que   vêm
sendo implementados no Brasil, e avaliar se têm sido capazes de responder às demandas
sociais   prioritárias   ou   de   promover   o   desenvolvimento   esportivo.   Neste   sentido,   uma
primeira observação a destacar é que, ao implementar suas políticas para o esporte (seja
por   meio   de   programas   de   esporte   comunitário,   de   esporte   na   escola,   ou   de   apoio   ao
----------------------- Page 8-----------------------
                                                          1º ENCONTRO DA ALESDE
                                         “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                       UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                              30, 31/10 e 01/11/2008 
esporte   de   rendimento),   o   Estado   executa   um   gasto   público   que   ajuda   a   estimular   o
consumo de artigos, serviços ou espetáculos esportivos. Isto é, as políticas públicas de
fomento ao esporte – sejam elas executadas pelo governo federal, estadual ou municipal
– ajudam a impulsionar o crescimento de distintos mercados esportivos.
         Em   segundo   lugar,   é   preciso   discutir   se   o   poder   público   tem   desempenhado
corretamente   a   função   de   regulamentar   e   de   fiscalizar   as   atividades   econômicas   sob
responsabilidade   de   entidades   esportivas.   Lembre-se   que   cabe   ao   Estado   evitar   que   a
progressiva   penetração        da   lógica   mercantil    na   organização     do   esporte   corrompa   os
princípios     que    dão   fundamento       ao   campo     esportivo     ou   resulte   na   conversão      do
esportista   amador   e   do   torcedor   em   meros   consumidores   (aponte-se,   por   exemplo,   a
importância do Estatuto do Torcedor). Mas, embora o governo federal tenha procurado
combater a desorganização administrativa e moralizar a gestão do esporte-espetáculo, a
intervenção estatal neste aspecto encontra vários tipos de limitação, inclusive porque a
solução para tais problemas deve vir dos próprios atores e entidades esportivas.
         Em terceiro lugar, deve-se mencionar a recente criação da Timemania, que foi
concebida   como   forma   de   ajudar   os   times   de   futebol  a   saldarem   suas   dívidas   com   a
União   ou,   pelo   menos,   regularizarem   sua   situação.   Permanece   em   aberto   a   discussão
sobre a necessidade e condições de financiamentos públicos para a modernização dos
estádios e de outras praças esportivas, assim como o debate sobre a aprovação de uma
lei   de  incentivos     fiscais  para   o   esporte.   Como     muitas    associações     desportivas     têm
dificuldade      na   captação    de   recursos    do   setor  privado,    esperam      que   o  Estado    crie
facilidades para aquelas empresas que desenvolverem projetos sociais na área.
         Em quarto lugar, deve-se destacar o fato de alguns governos estaduais e algumas
prefeituras   assumirem   a   co-responsabilidade   pela   organização   de   eventos   esportivos,
cujo   porte   pode   variar:   Jogos   da   Juventude,   Jogos   Abertos   do   Interior,   Campeonatos
Municipais. A produção destes eventos tem exigido de forma crescente a participação
da   iniciativa   privada,   havendo   muitos   exemplos   de   parceria   entre   o   setor   público   e   o
privado. Os Jogos Pan-americanos de 2007 podem ajudar a entender o   modo como o
planejamento e a realização de um grande evento esportivo envolve a soma de recursos
e a integração das ações de entidades públicas, privadas e do terceiro setor.
         Por   fim,   pode-se   argumentar   que   a   participação         do   Estado   na   realização   de
competições   oficiais   pode   tanto   validar   a   comercialização   do   esporte   e   viabilizar   a
rentabilidade      do   setor   privado,    como    contribuir    para   a   adoção    de   princípios    mais
democráticos na prática esportiva.
         Quando a Prefeitura de São Paulo apóia a realização da Corrida de São Silvestre,
por exemplo, procura conciliar a oferta de uma opção de lazer gratuito para a população
com o desenvolvimento de uma gestão empresarial no campo esportivo. Como o custo
do    evento    não    é  pequeno,     certamente      são   necessários     patrocinadores.      E  algumas
empresas são contratadas para garantir a logística do evento. A TV Globo, por sua vez,
contribui para a produção do espetáculo. Dessa forma, a São Silvestre faz parte de um
calendário   anual   de   corridas   de   rua   promovidas   pela  Prefeitura   e   entidades   parceiras,
cuja finalidade imediata   não é   gerar lucros nem   aumentar   a participação   no mercado.
Fica claro que o objetivo da Prefeitura é de outra natureza, que os critérios para avaliar
o sucesso da Corrida podem ser diferentes para cada um dos co-promotores. E procura-
se   manter   o   caráter   singular   deste   tipo   de   competição,   que   conta   com   a   participação
simultânea de atletas profissionais e esportistas amadores, que possibilita a proximidade
dos    espectadores      ao  longo    do   percurso    e  não   cobra    do  público    nada    além   de   um
incentivo espontâneo aos corredores.
----------------------- Page 9-----------------------
                                                         1º ENCONTRO DA ALESDE
                                        “Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas”
                                                      UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil
                                                            30, 31/10 e 01/11/2008 
         Outro é o caso do envolvimento da Prefeitura na realização da etapa brasileira da
Fórmula 1, cujo palco tem sido o Autódromo de Interlagos e que tem a finalidade de dar
lucro aos organizadores. Estima-se que a Prefeitura investiu cerca de R$ 81 milhões no
autódromo,   entre   2005   e   2007.   Segundo   cálculos   oficiais   das   autoridades   paulistanas,
uma edição do GP do Brasil gera cerca de R$ 200 milhões à cidade, devido aos cerca de
85 mil turistas que a F-1 ajuda a atrair. Além disso, estima-se que o evento estimula a
criação de cerca de 14 mil empregos diretos e indiretos. Neste caso, o poder público tem
grande interesse em ampliar a rentabilidade propiciada pelo esporte-espetáculo.
Referências bibliográficas
Fonte:[PDF]

um campo de estudo em expansão - ALESDE

www.alesde.ufpr.br/encontro/trabalhos/48.pdf
no desenvolvimento ainda incipiente da economia do esporte no Brasil. Palavras-Chave: mercado esportivo, indústria do esporte, marketing esportivo.